Poucas imperatrizes romanas sofrem a mesma reputação escandalosa de Messalina.
Segundo autores antigos, seu apetite sexual era completamente insaciável, superando até o vida sexual dos Césares. Ela freqüentava bordéis, dormia no palácio imperial. Ela até competiu uma vez com a prostituta mais importante de Roma em uma maratona de sexo (e ganhou).
Quando se trata da verdade por trás da vida de Messalina, é difícil saber onde termina a verdade e começam as campanhas de difamação. Mas há um episódio em sua vida que está fora de qualquer dúvida:
Que enquanto seu marido – o imperador Cláudio – realizava um sacrifício na cidade vizinha de Ostia, ela se casou com seu amante em uma cerimônia pública em Roma.
Quem foi Messalina?
Valeria Messalina nasceu em um círculo aristocrático. Ela tinha fortes laços com a família imperial. Sua bisavó era Otávia, irmã do primeiro imperador Augusto, cujo pórtico ainda existe no Gueto Judeu de Roma.
Seu primo de segundo grau era Calígula, o louco, mau e perigoso imperador cujo currículo inclui declarar guerra ao mar e tentar transformar seu cavalo em cônsul.
E ela era a terceira esposa de Cláudio, um estudioso gago e sucessor de Calígula. Messalina casou-se com Cláudio em 38 ou 39 dC, alguns anos antes de chegar ao poder.
Como sua terceira esposa, Messalina lhe deu dois filhos: Britannicus (em homenagem à conquista da Grã-Bretanha por Claudius) e Octavia.
Ambos pereceriam sob Nero – filho adotivo e sucessor de Cláudio. Britannicus sucumbiria ao veneno na mesa de jantar; Octavia, a esposa de Nero, seria obrigada a cometer suicídio quando os afetos de Nero se voltassem para outro. Seus pulsos cortaram antes que ela fosse sufocada em um banho de vapor fumegante.
Mas o sangue nobre de Messalina não se traduzia em nobreza de caráter. Como imperatriz, ela ganhou uma reputação de insaciabilidade sexual, supostamente competindo em uma forma de Olimpíada sexual com a principal prostituta de Roma e saindo (se você me desculpar a frase) no topo.
Qualquer um que tenha a sorte de ter visto a série I CLAUDIUS da BBC se lembrará bem da cena. (Se você ainda não viu, existem maneiras piores de passar o tempo no bloqueio fazendo sessões com a série inteira!)
O (não tão) casamento secreto
Em 48 dC, Messalina estava ficando inquieta. Seu velho e doente marido há muito deixara de satisfazer suas necessidades, e ela estava no meio de um relacionamento apaixonado com o senador sênior e homem à espera, Caio Sílio.
Sílio (tolo por nome; tolo por natureza) era um homem implacavelmente ambicioso com os dois olhos fixos no trono imperial. Então, enquanto Claudius estava fora da cidade, esses dois amantes tentaram conquistar o poder.
O antigo historiador Tácito narra o evento dessa forma, expressando descrença na confiança descarada do casal e na confiabilidade de suas fontes:
Sei que vai parecer incrível que, em uma cidade tão vigilante como Roma, alguém pudesse se sentir tão seguro. Muito mais ainda, que em um dia específico, com testemunhas presentes, um cônsul designado e a esposa do imperador deveriam ter se encontrado para o propósito declarado de casamento legítimo. Que a mulher deveria ter ouvido as palavras dos auspícios, assumido o véu, realizado sacrifícios aos Céus. Que ambos deveriam ter jantado com os convidados, se beijado e se abraçado, e finalmente passado a noite na licença do casamento. Mas não acrescentei nenhum toque de fantasia: tudo o que registro será a evidência oral ou escrita de meus mais velhos.
Basta dizer que seu plano falhou espetacularmente.
Fim trágico de Messalina
Quando seus mensageiros lhe transmitiram a notícia, Cláudio retornou imediatamente a Roma para restabelecer sua autoridade. Silius e seus co-conspiradores foram presos, julgados e executados. Messalina foi detida e recusou uma audiência com o imperador.
Em estado de choque e entorpecido pelo vinho, Claudius não conseguiu colocar a caneta no papel e assinar a sentença de morte. Tácito até nos conta que se referiu a ela como "a pobre mulher" e sempre solicitou sua presença para que pudesse explicar seus atos.
Os conselheiros de Cláudio, porém, temiam a influência de Messalina e temiam que o imperador mudasse de idéia e poupasse sua vida. Assim, o conselheiro principal, Narciso, ordenou aos centuriões e ao tribuno presentes que fossem ao local onde o estava detido e executassem a execução.
A princípio, Messalina implorou por sua vida, implorando a seus captores que a deixassem ir ver Cláudio. Quando seus executores chegaram, no entanto, e ficou claro que a situação era desesperadora, ela segurou a espada do tribuno contra o peito para que ele a atravessasse.
Removendo Messalina da história
Imediatamente após sua morte, o Senado atacou.
Eles concordaram em remover todos os vestígios de sua existência através de uma prática que agora nos referimos como damnatio memoriae. O Senado ordenou que seu nome fosse retirado de todas as inscrições oficiais. Moedas cunhadas nas províncias gregas que levavam seu nome e imagem foram desfiguradas. E muitos de seus retratos foram mutilados, vandalizados com martelos e cinzéis até que sua imagem se tornou irreconhecível.
Após a execução de Messalina, Cláudio disse à sua Guarda Pretoriana que, se ele pensasse em se casar novamente, eles deveriam imediatamente matá-lo.
Em questão de meses, Cláudio se casou novamente. Desta vez para sua sobrinha, Agripina, a Jovem, irmã do imperador anterior Calígula.
Quer descobrir mais histórias fascinantes da história romana?
Junte-se a nós em um tour pela Roma Antiga e alimente-se com o conhecimento de nossos guias especializados locais!
Escrito por Alexander Meddings